[Resenha] - A busca da Santidade

 


Um lavrador lavra o seu campo, espalha semente e fertiliza e cultiva a terra. E é dependente de forças externas, pois ele sabe que não pode fazer germinar a semente, não produz chuva e sol para que elas se desenvolvam e amadureçam - A colheita para ser abundante o lavrador depende de Deus em todas as coisas.

No entanto se o lavrador não cumprir diligentemente as suas responsabilidades, não pode esperar uma colheita no fim da estação. Em certo sentido ele entrou numa sociedade com Deus e só colherá os benefícios quando tiver cumprido as suas próprias responsabilidades. O lavrador não pode fazer o que Deus tem de fazer, e Deus não fará o que o lavrador deve fazer.

A busca da santidade é uma aventura conjunta entre Deus e o Cristão. Ninguém pode atingir qualquer grau de santidade se Deus não trabalhar na sua vida. Deus fez com que pudéssemos andar em santidade, é nossa responsabilidade andarmos. Ele não fará isso por nós. Em hebreus 12.14 “Buscai a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. A palavra busca sugere dois pensamentos:

Primeiro, requer diligência e esforço. Segundo, tarefa para toda a vida.

A SANTIDADE É PARA VOCÊ - ROMANOS 6.14

A Bíblia tem a resposta para você, qualquer que seja o seu problema específico de pecado. Cada um de nós pode andar em obediência à Palavra de Deus e viver uma vida de santidade. A santidade não é só esperada, é um direito de nascença prometido a cada cristão. O pecado não nos dominará. O termo santo, aparece em diversas formas, mais de 600 (seiscentas) vezes na Bíblia. O livro de Levítico é dedicado ao assunto. Deus ordena especificamente que sejamos santos (Levítico 11.44). Ser santo é ser moralmente irrepreensível. É ser separado do pecado, portanto, consagrado a Deus.Viver uma vida santa é , viver uma vida em conformidade com os preceitos morais da Bíblia e em oposição aos caminhos pecaminosos do mundo. 

Se santidade é tão básica para vida cristã, porque não a experimentamos mais no dia a dia?

Primeiro, o problema é a atitude que assumimos em relação ao pecado. Segundo, problema é que temos entendido errado o que é “viver pela fé- Gl 2.20”, que por sua vez significa que não se exige qualquer esforço da nossa parte em relação à santidade. Temos que encarar o fato que somos responsáveis pela nossa vida de santidade. Terceiro, não levamos a sério o pecado e até colocamos em categorias, no caso duas categorias: inaceitáveis e os que podem ser tolerados. 

Nós não podemos classificar o pecado por categoria se quisermos viver uma vida de santidade. Devemos olhar o pecado como uma ofensa contra Deus em vez de ver nele um defeito, termos consciência da gravidade do pecado.


SANTIDADE DE DEUS - 1 PEDRO 1.15,16

Deus chama todo cristão a uma vida santa. Esse chamado para uma vida santa baseia-se o fato de que o próprio Deus é santo. Santidade não é senão conforme o caráter de Deus. Santidade descreve a majestade de Deus e a sua pureza e perfeição moral. E é um dos Seus atributos, e é parte essencial da natureza de Deus. Sua santidade é tão necessária quanto a Sua existência. Deus não pode deixar de saber o que é certo, assim Ele não pode deixar de fazer o que é certo. Para nós, quando sabemos o que está certo, existe uma certa relutância da nossa parte em fazê-lo. A ação correta pode envolver sacrifício ou ser um golpe para o nosso orgulho. A santidade de Deus é, perfeita liberdade de todo mal. A absoluta santidade de Deus deve construir grande conforto e segurança para nós. Podemos estar certos de que as suas ações para conosco são sempre perfeitas e justas. Ele é santo e todas as suas ações são santas - “Teus olhos são tão puros que não suportam ver o mal, não podes tolerar a maldade” - Habacuque 1.13. É por Deus ser santo que nunca pode desculpar ou passar por alto qualquer pecado que cometemos, por menor que nos pareça. Deus odeia o pecado. Ódio é uma palavra tão forte que nos transmite a devida profundidade do seu significado - Zacarias 8.17. Ódio é uma emoção legítima, quanto mais crescemos em santidade mais odiamos o pecado.


SANTIDADE NÃO É UMA OPÇÃO - HEBREUS 12.14

O que significa realmente estas palavras “sem santidade ninguém verá o Senhor”?

As escrituras são claras em dois pontos: 

a. Mesmo os melhores cristão jamais poderão merecer a salvação através da sua santidade pessoal - Isaías 64.6, nossas melhores obras estão manchadas e poluídas com imperfeição e pecado. 

b. As Escrituras referem-se repetidamente à obediência e justiça de Cristo a nosso favor - Romanos 5.19 e 1 Pedro 3.18.

A nossa santidade diante de Deus depende inteiramente da obra de Jesus Cristo por nós, pela vontade de Deus. As Escrituras falam tanto da santidade que temos em Cristo diante de Deus, como duma santidade que nós devemos buscar. Nossa salvação é para a santidade - 1 Tessalonicense 4.7.

Quando o Espírito Santo entra em nossa vida no momento da nossa salvação, vem para nos fazer santos na prática. A verdadeira salvação traz consigo um anseio de ser santo. Todo o objetivo da nossa salvação é que sejamos “santos” e irrepreensíveis em Sua presença - Efésios 1.4, continuar a viver em pecado como cristãos é ir contra o propósito de Deus para a nossa salvação.


SANTIDADE DE CRISTO - 2 CORÍNTIOS 5.21


Precisamos da santidade de Cristo para termos bases bem firmes para nossa segurança em Cristo, antes de falarmos da santidade em nós próprios. O verdadeiro cristão busca refúgio em Cristo. Pois compreendemos a justiça de Cristo de que a Sua justiça nos é creditada. Jesus durante a sua vinda na terra, viveu uma vida perfeita, Ele é descrito como “sem pecado” - Hebreus 4.15, Não cometeu pecado -  1 Pedro 2.22, Aquele que não tinha pecado - 2 Coríntios 5.21, nEle não há pecado - 1 João 3.5. No Antigo Testamento descreve como “O justo” - Isaías 53.11, “Ama a justiça e odeia a iniquidade” - Salmos 45.7. Tudo isso para mostrar que o ensino universal da Bíblia é que Jesus Cristo não pecou. A santidade de Jesus era, mais do que simples ausência de pecado. Era uma identificação perfeita com a vontade de Seu Pai. O maior testemunho que Jesus deu - João 8.29.

Quanto mais crescemos em santidade, mais precisamos da certeza de que a justiça perfeita em nós é creditada. Uma parte do crescimento em santidade é que o Espírito Santo nos faz sentir profundamente que precisamos de santidade. 

John Brown “A santidade não consiste em especulações místicas, fervores exaltados ou austeridades sem base bíblica; Consiste, sim, em pensarmos como Deus pensa e queremos como Deus quer”. 

Nossos pensamentos, nossas ações, em cada parte do nosso caráter o princípio governante que nos motiva e guia deveria ser o desejo de seguir a Cristo em fazer a vontade do Pai.


UMA MUDANÇA DE REINOS - ROMANOS 6.6-7


Muitos cristãos têm o desejo básico de viver uma vida santa, mas acabaram por se convencer que simplesmente não conseguem. Muitos tentam pela sua própria força de vontade, outros unicamente pela fé. Outros têm agonizado em oração sobre certos pecados, aparentemente sem qualquer resultado. Quando iniciamos a vida cristã, descobrimos na Bíblia o que Deus quer que façamos e então começamos a fazer. Porém nossa tendência de nos agarrarmos à nossa velha vida de pecado. Depois de muitos fracassos com a nossa natureza pecadora, precisamos parar de tentar e começar a confiar ou desistir e deixar Deus agir. Satanás tenta nos confundir sobre a questão do que Deus tem feito por nós e do que nós devemos fazer por nós próprios. É importante fazermos essa distinção. Deus fez a provisão para nós vivermos uma vida santa, mas nos deu responsabilidades definidas.

Na Bíblia - Romanos 6.12, a busca de santidade é algo que nós temos que fazer. A experiência de santidade não é um dom que recebemos, como a justificação, mas algo que somos exortados a conseguir com esforço. É por morrermos para o pecado que não devemos consentir que ele reine em nosso corpo mortal. A nossa morte para o pecado resulta da nossa união com Cristo. Por meio de Cristos agora podemos resistir, é a nossa responsabilidade, Deus não faz por nós. 


A BATALHA POR SANTIDADE - ROMANOS 7.21

Através da nossa união com Cristo, na sua morte, somos libertos do domínio do pecado. O pecado procura nos dominar - Romanos 7.21. Quanto mais descobrimos a força do pecado que habita em nós, menos sentiremos os seus efeitos. Embora tenhamos propensão para pecar, o Espírito Santo mantém dentro de nós um desejo prevalecente de santidade - 1 João 3.9.

O pecado interno permanece em nós, embora tenha sido destronado. Não obstante ter sido enfraquecido, a sua natureza não mudou. O pecado continua a ser hostil a Deus e não pode submeter-se à sua lei - Romanos 8.7. Ele é um inimigo implacável no nosso próprio coração. Diligência e vigilância requer de nós. Se quisermos vencer a guerra contra este inimigo, é importante conhecermos algo da sua natureza e tática. A escritura indica que a habitação do pecado em nós é o coração - Marcos 7.21-33; Gênesis 6.5; Lucas 6.45.

Coração nas escrituras é usado de várias maneiras. Às vezes significa nossa razão e compreensão. Outros nossos afetos e emoções; Noutras ocasiões, nossa vontade. Em geral indica toda a alma do homem e todas as sua faculdades. A mente quando raciocina discerne e julga, as emoções quando gostam ou desgostam; Consciência quando determina e avisa; E a vontade quando escolhe ou recusa - Tudo isso se chama coração!

A Bíblia diz que o coração é enganoso e insondável para qualquer pessoa, menos para Deus - Jeremias 17.9,10. Nós não conhecemos o nosso próprio coração - 1 Coríntios 4.3,5. Nenhum de nós pode discerni-lo. E nele habita a lei do pecado, nós lutamos com um inimigo que não conseguimos descobrir plenamente. Precisamos pedir diariamente que Deus sonde nossos corações para descobrir algum pecado que nós não consigamos ou não queiramos ver - Salmos 139.23,24. O principal meio pelo qual Deus sonda o nosso coração, é a Sua Palavra! Quando a lemos sob o poder do Espírito Santo - Hebreus 4.12.

Temos que reconhecer que o problema básico está dentro de nós, Tiago 1.14 afirmou que somos tentados quando arrastados pelos nossos desejos. São os nossos próprios desejos ímpios que nos levam a cair em tentação. Temos de nos certificar que os nossos desejos são orientados para a glória de Deus, não para a satisfação das paixões do nosso corpo. Nossa luta contra o pecado nunca chegou ao fim. O coração é insondável, nossos desejos perversos e nossa razão constantemente em perigo de ser enganada- Mateus 26.41 e Provérbios 4.23.


AJUDA NA BATALHA DIÁRIA - ROMANOS 6.11


Para experimentar santidade prática e diária, temos que aceitar o fato de que Deus, na sua infinita sabedoria, achou por bem permitir essa batalha diária com o pecado íntimo. Deus não nos deixa sozinhos no combate. Não fomos só libertos do domínio das trevas, fomos também introduzidos no reino de Cristo.

Qual sentido de estar vivo para Deus?

1° Significa que nós estamos unidos com Cristo em todo o seu poder. Não podemos viver uma vida santa na nossa própria força. As nossas reações às circunstâncias são parte do nosso andar em santidade. Devemos formar o hábito de, continuamente reconhecer que estamos mortos para o pecado e vivos para Deus, fazemos isso quando pela fé na Palavra de Deus, resistimos aos avanços e tentações do pecado.

2° Ele nos deu o Seu Espírito Santo para viver em nós. Na realidade Ele que dá vida espiritual e força para viver essa vida - Romanos 8.9-11. É o Espírito de Deus que trabalha em nós para podermos decidir e agir de acordo com os bons propósitos de Deus - Filipenses 2.13. O Espírito Santo nos fortalece para a santidade, pois nos permite ver a nossa necessidade de santidade; Ilumina o nosso entendimento de modo que começamos a ver o padrão de santidade de Deus. E nos leva a tomar consciência das nossas áreas específicas de pecado. A Bíblia diz - Jeremias 17.9,10. Ninguém o pode entender e expor, exceto o Espírito Santo. A medida que avançamos na vida cristão, defrontamos-nos com o crescente perigo do orgulho espiritual.

 

OBEDIÊNCIA - NÃO VITÓRIA - ROMANOS 8.13


O autor de Hebreus 12.1, diz que livremo-nos do pecado e corramos com perseverança. É evidente que ele espera que assumamos a responsabilidade de correr a vida cristã. Somos nós que devemos nos submeter a Deus e resistir ao diabo. Essa é a nossa responsabilidade - Tiago 4.7. Deus providencia o necessário para a nossa santidade, mas nos dá a responsabilidade de utilizarmos as suas provisões. Devemos depender do Espírito Santo  pois Ele nos fortalece. Se pecamos é porque escolhemos pecar, não por nos faltar capacidade para dizer não à tentação. Não somos derrotados, somos desobedientes. Somos responsáveis pelos nossos pensamentos, atitudes e ações, só assim conseguimos fazer algum progresso na nossa busca de santidade. 

MORTIFICANDO O PECADO - COLOSSENSES 3.5

De acordo com o dicionário significa “destruir a força, a vitalidade ou funcionamento, dominar ou amortecer”. Portanto é destruir a força e a vitalidade do pecado quando ele tenta reinar no nosso corpo. A mortificação deve ser realizada pela força e a direção do Espírito Santo

“Só o Espírito Santo é suficiente para essa obra. Todas as vias e meios sem ele são inúteis. Ele é quem dá vida e força aos nossos esforços” - John Owen

Sem a força do Espírito Santo não haverá mortificação, mas sem o nosso trabalho na sua força também não haverá mortificação. Somente pela Palavra de Deus é que as nossas mentes são moldadas e de novo e os nossos valores renovados. A obediência é o caminho para a santidade, mas é só a na medida em que temos os seus mandamentos que podemos obedecer-lhe! É só aprendendo a negar a tentação que alguma vez poderemos mortificar as obras do corpo. É um processo lento e doloroso sobrecarregado de muito fracasso. Nossos velhos desejos e hábitos pecaminosos não desafogam facilmente. É preciso persistência, mesmo em face a pouco resultado. 


O LUGAR DA DISCIPLINA PESSOAL - 1 TIMÓTEO 4.7


Se o atleta se disciplina para obter um prêmio temporal, quanto mais nós, Cristãos, disciplinarmos para obtermos uma coroa eterna. “Treinamento que corrige, moda ou aperfeiçoa as faculdades mentais ou caráter moral” - Webster’s NewCollegiate. A disciplina em relação a santidade começa com a Palavra - 1 Timóteo 3.16. O Espírito Santo ao dar-nos as escrituras para nos disciplinar aprendemos, pois Ele traz as escrituras as nossas mentes quando precisamos aplicar a sua Palavra a situações diárias para nos fortalecer. Todo cristão que progride em santidade é uma pessoa que tem a sua vida disciplinada de tal maneira que passa tempo regular com a Bíblia. A leitura das escrituras nos dá a perspectiva da verdade Divina, enquanto o estudo de uma passagem ou tópico nos habilita a aprofundar mais determinadas verdades. A memorização nos ajuda a reter verdades importantes para aplicarmos em nossa vida. A prática da meditação na Palavra de Deus, é uma prática que desenvolvemos por meio da disciplina. O objetivo da nossa meditação é aplicação - obediência às escrituras - Requer disciplina, que posteriormente mudança em nossos padrões de vida. Quanto mais vemos a santidade de Deus e a Sua lei revelada para nós nas escrituras, mais reconhecemos quão imperfeitos somos. 


SANTIDADE NO CORPO - 1 CORÍNTIOS 9.27

A verdadeira santidade inclui domínio sobre o corpo e apetites físicos. Se quisermos seguir a santidade, precisamos reconhecer que o nosso corpo é templo do Espírito Santo e que devemos glorificar a Deus com ele. Se deixarmos sem controle, verificamos que o nosso corpo se torna “instrumento de injustiça” em vez de instrumento de justiça - Romanos 6.13.

Michel Quoist diz, “Se o teu corpo fizer todas as decisões e der todas as ordens e tu obedeceres, o físico poderá efetivamente destruir todas as outras dimensões da tua personalidade. A tua vida emocional será embotada e tua vida espiritual será sufocada e acabará por ficar anêmica”.

Susannah Wesley diz, “O que quer que aumente a força e a autoridade do seu corpo sobre a sua mente, essa coisa é pecado pra você”. 

Todos nós devemos examinar a nós mesmos e ver se comemos e bebemos de fato para  a glória de Deus, reconhecendo que os nossos corpos são templos do Espírito Santo. O hábito de ceder sempre ao desejo de comida ou bebida estende a outras áreas. Se não conseguimos dizer não teremos dificuldade em dizer não. Devemos ter atitudes diligentes de obediência em todas as áreas. A nossa propensão e não fazer o que deveríamos, mas o que queremos, quando obedecemos aos desejos da nossa natureza pecaminosa. Precisamos aprender a dizer não. Temos tendência de agir de acordo com os nossos sentimentos. O segredo para começar a controlar a força dos nossos apetites físicos é reduzir as oportunidade de tentação. Paulo nos diz 2 Timóteo 2.22 - Algumas tentações vencem-se melhor pela fuga. É nossa responsabilidade manter sob controle os desejos pecaminosos do corpo, não podemos fazer nossa própria força. Mas quando nos propomos a realizar essa tarefa na dependência do Espírito Santo, vemos que Ele trabalha em nós. Falharemos muitas vezes, mas com a perseverança, seremos capazes de dizer “Tudo posso naquele que me fortalece” - Filipenses 4.13.


SANTIDADE NO ESPÍRITO - 2 CORÍNTIOS 7.11


Os nossos pensamentos são tão importantes para Deus como são nossas ações, e são tão conhecidos por Deus. Como as nossas ações - Salmos 139.1-4, 1 Samuel 16.7; Jesus ensinou-nos no Sermão da montanha que os mandamentos de Deus visam não só regular a conduta externa, mas também a disposição interna. Precisamos aprender a trazer o nosso pensamento em obediência a Jesus Cristo. Paulo alerta em Colossenses 2.23, contra as tentativas mal orientadas, e erradamente motivada, de controlar o nosso corpo, que deixam o nosso pensamento sem freio. A Bíblia indica que o nosso pensamento determina em última análise, o nosso caráter - “Porque assim como imagina a sua alma, assim é” Provérbios 23.7. Todas as atitudes: inveja, ciúme, amargura, um espírito vingativo e incapaz de perdoar, um espírito de crítica e maledicência - Mácula-nos e nos impede de ser santos diante de Deus. Por isso precisamos nos esforçar com diligência (no sentido) de arrancarmos da nossa mentes atitudes pecaminosas. Muitas vezes não temos consciência de que nossas atitudes são perversas. Encobrimos esses pensamentos poluídos, sob o disfarce de justiça e indignação correta. Precisamos pedir a humildade e honestidade para ver essa atitudes pecaminosas como elas são realmente e depois, a graça e disciplina necessária para arrancar da nossa mente e substituirmos por pensamentos que agradem a Deus. 

A SANTIDADE E A NOSSA VONTADE - FILIPENSES 2.13

A necessidade de convicção, compromisso, perseverança, disciplina e santidade no corpo e no espírito. Nossa vontade está sempre implícita. É a vontade que decide se quer pecar ou obedecer. É a vontade que decide que escolhe ceder à tentação ou não. Nossa vontade determina o nosso destino moral, se queremos ser santos ou impuros no nosso caráter e conduta. Devemos aprender a levar a nossa vontade à submissão e obediência à vontade de Deus., numa base prática, diária e constante. 

John Owen diz, “Que o coração no sentido em que esse termo é aplicado na Bíblia, indica geralmente todas as faculdades da alma, no seu trabalho conjunto, para fazer o bem ou o mal - a mente, as emoções, a consciência e a vontade”.

Deus criou originalmente o homem, a razão, as emoções e a vontade trabalham em perfeita harmonia. A razão ia à frente na compreensão da vontade de Deus, a vontade consentia em fazer a vontade de Deus, e as emoções deleitavam-se em fazê-la. No entanto, com a entrada do pecado na alma humana, essas três faculdades começaram a trabalhar com objetivos que se opunham entre si e Deus. Devemos estar alerta quanto ao que entra na nossa mente e influencia as nossas emoções. Salomão em Provérbios 4.23 “Acima de todas as coisas, guarde seu coração, pois ele dirige o rumo de sua vida”. Se guardarmos diligentemente a nossa mente e emoções, veremos o Espírito Santo trabalhando em nós, para conformar a nossa vontade com a sua. Filipenses 2.12,13 “(...) Vocês sempre seguiam minhas instruções; Agora que estou longe, é ainda mais importante que o façam. Trabalhem com afinco a sua salvação obedecendo a Deus com reverência e temor. Pois Deus está agindo em vocês(...)”.

Como podemos guardar a mente e as emoções? Salmo 119.9 - Davi guardava o seu caminho com a Palavra de Deus. Para guardarmos a mente devemos dar prioridade a Bíblia na nossa vida. Não apenas pela informação espiritual que transmite, mas também para aplicação diária da mesma às situações concretas da nossa vida. Satanás ataca, através dos nossos desejos, devemos vigiá-los com diligência e usar a Palavra de Deus para controlá-los constantemente. Deus opera em nós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade. Paulo exorta-nos expressamente a que trabalhemos nós mesmos para conseguir isso - Filipenses 2.12. A nossa responsabilidade consiste em guardarmos a nossa mente e emoções, conscientes do que influencia a nossa mente e estimula os nossos desejos. Quando fizermos nossa parte, veremos o Espírito de Deus fazendo a sua, tornando-nos mais santos. 

HÁBITOS DE SANTIDADE - ROMANOS 6.19

Quanto mais pecamos, mais somos inclinados a pecar. Cada pecado que cometemos reforça o hábito de pecar e tornar mais fácil pecar. Como é que os nossos hábitos influenciam a nossa vontade?

Os hábitos são os padrões de pensamentos e emoções gravados em nossa mente. Esses padrões internos de hábitos exercem tanta pressão nas nossas ações como as influências externas. 

John Owen diz, “Atos repetitivos do consentimento da vontade em pecar podem gerar uma disposição e inclinação da vontade para uma propensão e prontidão em consentir no pecado a partir de uma solicitação fácil”; 

Owen continua, “Toda paixão é um hábito depravado ou uma disposição que continuamente inclina o nosso coração a fazer o mal”.

A destruição de hábitos pecaminosos deve ser levada a cabo em cooperação com o Espírito Santo, em dependência dele. Há princípios práticos que podemos seguir:

  1. Hábitos são adquiridos e reforçados por repetição frequente. Quanto mais dissermos não ao pecado, mais somos inclinados a dizer-lhe não.Podemos desenvolver hábitos de alimentar pensamentos verdadeiros, bons e puros.

  2. Nunca permitir exceções. Quando consentimos exceções, estamos reforçando velhos hábitos ou falhando em reforçar o novo. 

  3. É preciso diligência em todas as áreas para assegurar o “êxito” numa certa área - Poderemos achar que determinado hábito “não é assim tão mau”, mas se continuarmos cedendo, enfraquecemos nossa vontade contra assaltos da tentação vindos de outras direções. 

  4. Não fique desanimado com o fracasso. Há diferença entre falhar e tornar-se fracassado. Nos tornamos fracassado quando desistimos. Enquanto estivermos trabalhando para vencer independente de vezes que falhamos, poderemos esperar ver progresso.

Hábitos de pecado estão dentro de nós. A batalha travada em duas frentes, fora e dentro.


SANTIDADE E FÉ - HEBREUS 11.8


Na busca de santidade, os cristãos são muitas vezes chamados a realizar tarefas que parecem insensatas, absurdas num mundo incrédulo. Abraão obedeceu pela fé aquilo que acreditava ser a vontade de Deus, embora tal obediência, fosse difícil em certas ocasiões. Ninguém pode buscar santidade se não está preparado para obedecer a Deus em cada setor da sua vida. Na Bíblia santidade é mais do que simplesmente nos separar da poluição moral, requer deliberado sacrifício mesmo exposto ao perigo. Obediência é o caminho para santidade. Ninguém se tornará santo a não ser por uma vida de fé. A fé não é só necessária para salvação, mas para vivermos uma vida que agrade a Deus. Fé nos capacita obedecer quando a obediência é difícil ou parece irracional para mente natural. O caminho da obediência na busca da santidade é muitas vezes contrário a razão humana. Se não tivermos convicção, bem como na confiança, nunca persistiremos nesta busca difícil. 

Se quisermos buscar santidade, precisamos ter fé suficiente para obedecer a vontade de Deus revelada nas Escrituras e fé para acreditar que as promessas de Deus são então nossas - Hebreus 11.6.

SANTIDADE NO MUNDO ÍMPIO - JOÃO 17.15

Se vocês obedecerem aos meus mandamentos permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos do meu Pai e em Seu amor permaneço. Tenho lhe dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa - João 15.10,11. 

Jesus liga obediência com alegria, numa relação de causa e efeito, isto é, alegria resulta da obediência. Há alegria em comunhão com Deus - “Tu me mostrarás o caminho da vida e me darás a alegria de Tua presença e o prazer de viver contigo para sempre” - Salmo 16.11. A verdadeira alegria só vem de Deus e Ele partilha desta com os que andam em comunhão com Ele. A experiência diária do amor de Cristo está ligada a nossa obediência à Ele. 

A alegria não somente resulta duma vida santa, mas há também um sentido em que a alegria ajuda a produzir uma vida santa - “(...) Pois a alegria do Senhor é a sua força” Neemias 8.10.

Deus tem providenciado tudo o que precisamos para essa busca de santidade. Ele nos libertou do reino do pecado e nos deu o Seu Espírito Santo para viver em nós. Ele revelou a Sua vontade na Sua Palavra e opera em nós tanto o querer como o efetuar segundo a  Sua boa vontade. O privilégio de sermos santos é nosso, e a decisão e responsabilidade de sermos santos são nossas também. Se fizermos essa decisão experimentaremos a plenitude de gozo que Cristo prometeu àqueles que vivem em obediência à Ele! 




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Jerry Bridges, A Busca da Santidade - Correi de tal maneira que alcanceis o prêmio - 1 Coríntios 9.24

Editora Monergismo, 2013.