Dinheiro e a prosperidade que vem de Deus - Parte I
A
globalização fez do nosso planeta uma terra de todos. Nós não somos uma ilha. O
que acontece do outro lado do mar entra em nossa casa imediatamente e atinge
nossas emoções e também o nosso bolso. Um dos fatores mais decisivos da
globalização é que a riqueza do planeta está se concentrando nas mãos de poucas
empresas. O lucro tornou-se o vetor que norteia os destinos das empresas
modernas. Os resultados valem mais do que as regras. O comércio guloso gera a
cada dia mais insatisfação dentro de nós, convencendo-nos de que a nossa
felicidade está diretamente ligada aos produtos. Há aqueles que se capitulam a esse apelo e compram o que não precisam,
com um dinheiro que não possuem, para impressionar pessoas que não conhecem.
O
dinheiro se tornou o mais poderoso senhor de escravos da atualidade. Ele deixou
de ser moeda para transformar-se num ídolo –
Mamom, o deus mais adorado. Por ele muitos se casam, divorciam-se, mentem,
matam e morrem. Aqueles que pensam que o dinheiro é um fim em si mesmo,
descobrem frustrações pois o prazer nele é transitório. O dinheiro não
satisfaz. Ele não pode sequer oferecer segurança. O dinheiro é bom, é
necessário, é um meio e não um fim. O problema não é carregar dinheiro no
bolso, mas entesoura-lo no coração. Ele deve ser granjeado com honestidade,
investido com sabedoria e distribuído com generosidade. Deus nos dá mais do que
necessitamos, não para termos em nossas mãos, mas para socorrermos aos
necessitados. Não
somos donos do dinheiro. Nada trouxemos ao mundo, nem nada dele
levaremos. Somo apenas mordomos. Devemos ser fiéis nessa administração; Se
formos fiéis no pouco, Deus confiará os verdadeiros tesouros.
Nossa
confiança deve estar no Provedor e não na provisão. A prosperidade que vem de
Deus é benção. A verdadeira prosperidade não é tanto quanto se ajunta com
ganância, mas quanto se distribuiu, apesar de pouco. A Bíblia diz que a piedade
com contentamento é grande fonte de lucro. Tudo o que somos e temos vem de Deus, é de Deus e deve ser
consagrado a Ele.
É
Deus quem adestra nossas mãos para adquirirmos riquezas. A benção de Deis
enriquece e com ela não vem desgosto. A Bíblia fala mais sobre o dinheiro do
que a respeito do céu. O dinheiro está profundamente conectado a vida
espiritual.
[1 Timoteo 6.6] -
De fato o grande lucro é a piedade com o contentamento.
MITOS E VERDADES
SOBRE O DINHEIRO.
- Quais são os seus desejos mais fortes?
- O que mais ocupa a sua mente?
- Onde está a fonte da sua felicidade?
Salomão
procurou felicidade na bebida, nas riquezas, no prazer a na fama e viu [...]
tudo era vaidade – [Eclesiastes 2.1-11].
Não
é errado ter desejos. Fomos criados para o prazer e para a felicidade. A bíblia
não se opõe ao desejo e nem ao prazer. Ao contrário, ela diz que os nossos
desejos são muito limitados, acanhados e fracos.
Deus
nos criou para o maior dos prazeres: Amá-lo, glorifica-lo e goza-lo para
sempre. E na presença de Deus “[...] Há plenitude de alegria [...] delícias
perpetuamente” – [Salmos 16.11].
Porque
as pessoas amam tanto o dinheiro?
1°
Elas pensam que se tiverem dinheiro poderão comprar muitas coisas e exercer
influência sobre as pessoas.
2°
Elas pensam que se tiverem dinheiro, se sentirão segurança.
Se
essa teoria fosse verdade os ricos seriam felizes e os pobres infelizes. A riqueza
tem sido fonte de angustias. Paulo diz que a piedade com o contentamento e não
o dinheiro é grande “fonte de lucro”. Em [1 Timoteo 6.5] o dinheiro não produz
contentamento.
“O contentamento nunca provém da posse de objetos externos, mas de uma
atitude interna para coma vida”. [ William Barclay]
“O verdadeiro contentamento vem da piedade no coração e não do
dinheiro na mão”. [ Warren Wiesrbe]
“O contentamento não ocorre quando todos os nossos desejos e
caprichos são satisfeitos, mas quando restringimos nossos desejos as coisas
essenciais”. [ J. Glenn Gould]
[Eclesiastes 5.10] Quem ama o dinheiro jamais dele se farta, e quem ama a abundância nuca se
farta de renda. O
amor ao dinheiro atormenta com muitas dores, há determinados sofrimentos que só
os ricos tem (insegurança, medo, perturbação). O dinheiro não tem liga. Ele
divide e separa. O amor ao dinheiro é a casal de muitas fraudes, casamentos
destruídos, perjúrios, roubos, sequestros, assassinatos, guerras. Paulo diz,
que alguns nessa cobiça se desviaram da fé - [1 Timoteo 6.10].
O amor ao dinheiro leva
a apostasia, esfria o coração, afasta-nos de Deus, calcifica o coração, lança a
alma ao abismo.
Sua felicidade está em Deus e não nas coisas; Um homem feliz é conhecido por aquilo que ele segue. Não basta apenas separar-se do que é errado, é preciso seguir o que é certo.
Há seis virtudes que precisamos buscar mais que o outro e a prata “A
JUSTIÇA, A PIEDADE, A FÉ, O AMOR, A CONSTÂNCIA, A MANSIDÃO” – [1 Timoteo 6.11]
O DINHEIRO PODE DAR
SEGURANÇA.
1°
mandamento em [1 Timoteo 6.17] – Não sejam orgulhosos.
Pois em [1 Crônicas 29.10] – Deus é
quem nos dá força para adquirirmos riquezas.
Deus
nunca nos deu direito de posse definitiva daquilo que lhe pertence. A riqueza
não é nossa. Ela vem de Deus, é de Deus e vai voltar para Deus.
2°
mandamento em [1 Timoteo 6.17] – Não depositem a sua esperança na instabilidade da
riqueza, Paulo diz que você deve coloca-la “em Deus”.
Paulo
em [1 Timoteo 6.18] nos aconselha como lidar com o dinheiro sem perder a alegria de
viver:
-
Pratique o bem, não deixe o dinheiro dominá-lo, domine-o.
-
Seja rico de boas obras, abra seus celeiros. Seja como Barnabé [Atos 4.36,37] coloque seus bens a serviço dos outros.
-
Seja generoso em dar, [Atos 20.35] Deus multiplica sua sementeira. A semente que
se multiplica não é a que você come, mas a que você semeia. A questão da
generosidade não passa pela quantidade de dinheiro que você tem no bolso, mas,
da quantidade de amor que você tem no coração.
Esteja
pronto para repartir [Provérbios 11.25]. Quando damos nos tornamos imitadores de Deus.
O que você dá e distribui, isso é o que você tem. O que você terém, isso você
perde. O que você semeia, é o que você colhe. Você semeia coisas temporais e
colhe bênçãos eternas – [1 Timoteo 6.19].
A
maneira como lidamos com o dinheiro reflete quem somos internamente. Nós
pertencemos a Deus? Nós confiamos em Deus? Tem pedido a Deus para multiplicar
sua sementeira para poder ajudar ainda mais as pessoas?
DINHEIRO,
O PRIVILÉGIO DE DAR É MAIOR QUE O DE RECEBER.
Há
dois extremos que devem ser evitados:
1.
Ocultar o tema – Há igrejas que jamais
falam sobre dinheiro com medo de escandalizar as pessoas. Paulo em Gl 2.10
assumiu o compromisso em seu apostolado de jamais esquecer os pobres.
2.
Desvirtuar o tema – Há grande perigo
de pedir dinheiro com motivações erradas e para finalidades duvidosas. Há
pregadores inescrupulosos que usam artifícios mentirosos para arrancar dinheiro
e não dar o devido destino dessas ofertas levantadas.
[2 Corintios 8.1] Contribuir é um ato de justiça. Paulo usou 9 palavras diferentes para
referir-se a oferta, a com mais frequência é graça.
Graça
é um favor divino contrário a merecimento humano. A graça de Deus é Sua
compaixão pelos seus indignos. Deus dedica sua vida a dar, tem deleite em dar.
A contribuição, não é um favor que fazemos aos necessitados, mas um favor
imerecido que Deus faz a nós. A graça é a força, o poder, a energia da vida cristã,
como ela age em nós por intermédio do Espirito Santo. A graça ama e se regozija
em dar e oferecer.
A graça da contribuição é a atividade inspirada pela graça de Deus que
nos leva a dar. [ Ralph Martin]
A
igreja de Corinto havia assumido o compromisso [1 Corintios 16.1-4] mas embora
manifestasse progresso em outras áreas [ 1 Corintios 8.7] era lerda na pratica dessa
graça. Podemos ser zelosos da doutrina e ser negligentes na área da generosidade,
ou seja, sermos insensíveis para socorrer os necessitados. Quando passamos por
tribulações perdemos a alegria e nos encolhemos pensando apenas em nós mesmos.
Nossa alegria não vem de fora, mas de dentro; Sua fonte não está nas circunstâncias,
mas em Cristo. Quando experimentamos a graça de Deus em nosso vida, não usamos
as circunstâncias difíceis como desculpa para deixar de contribuir. [1 Joao 3.16-18] – De um coração generosos sempre parte uma oferta sacrificial;
Na vida
cristã há três motivações?
1.
Você precisa fazer – é lei.
2.
Você deve fazer – responsabilidade moral.
3.
Você quer fazer – é a graça.
“A graça nos liberta não apenas do pecado, mas também de nós mesmos; A
graça de Deus abre nosso coração e a nossa mão”. [ Warren Wiersbe]
Não
somos o que prometemos, somos o que fazemos. Há uma grande diferença entre
prometer e cumprir. As vitórias do passado não são suficientes para conduzir em
triunfo no presente.
A
igreja não pode imitar o mundo. Este enriquece tirando dos outros. O cristão
enriquece doando aos outros. Não devemos contribuir por pressão, pois ela não é
uma espécie de barganha com Deus. A
motivação da generosidade da contribuição é o amor. Sem amor até nossas doações
mais expressivas são pura hipocrisia. A natureza humana acaricia a hipocrisia,
as motivações impróprias, a pretensão e a contribuição, para ser vista pelos
homens.
A
mordomia cristã é a consequência natural de uma experiência com Deus, a reação
natural de um coração que foi tocado pelo Espirito Santo; Cristo foi o maior exemplo
de generosidade [2 Corintios 8.9]. Se Cristo deu tudo por nós, a própria vida, para nos
fazer ricos de Sua graça, devemos oferecer nossa vida e nossos bens numa
expressão de terna generosidade.
A
contribuição cristã deve estar de acordo com a prosperidade e segundo as posses [2 Corintios 8.11]. A proporção é a prova da sinceridade. Devemos contribuir de acordo com a nossa renda
para que Deus não torne a nossa renda de acordo com a nossa contribuição.
Não devemos desperdiçar o que Deus nos concede, nem acumular bens
egoisticamente. A lição é clara: Devemos guardar o que precisamos e
compartilhar o que podemos. A semente que se multiplica não é a que comemos,
mas a que semeamos. O próprio campo onde semeamos hoje se tornará a lavoura
frutuosa que nos alimentará amanhã.
A
contribuição cristã deve ser marcada por honestidade em sua administração –
Paulo mostra a necessidade de destacar cinco pontos:
1. FIDELIDADE [Galatas 2.10] Paulo não
separava evangelização da assistência aos necessitados.
2. O PROPOSITO DA ARRECADAÇÃO [2 Corintios 8.19] Quando as ofertas são levantadas o fim principal é a glória de Cristo. O propósito
de Paulo não era reter mas disposição em servir.
3. CUIDADO PREVENTIVO [2 Corintios 8.20] Há críticos
dispostos a acusa-lo de desonestidade na administração dessas ofertas. Paulo
não lidava sozinho com o dinheiro ele era acompanhado por Tito [2 Corintios 8.16,17] e
por mais dois irmãos conceituados.
4. HONESTIDADE [2 Corintios 8.21] Paulo é integro
e prudente. Não deixava brecha para suspeitas nem dava motivos para acusações
levianas.
5. ELOGIOS Paulo elogia seus companheiros
de ministério e aqueles que militam com ele. Além de aliviar as tensões,
construa pontes de amizade. Suas palavras era aspergidas pelo óleo terapêutico do
encorajamento.
[...
continua]
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Dias Lopes, Hernandes, Dinheiro e a prosperidade que vem de Deus. Editora Hagnos. Natural de Nova Venécia-ES. Casado com Udemilta Pimentel
Lopes, pai de Thiago e Mariana. Fez o seu curso de Bacharel em Teologia no
Seminário Presbiteriano do Sul em Campinas-SP no período de 1978 a 1981 e o seu
Doutorado em Ministério no Reformed Theological Seminary, em Jackson,
Mississippi, nos Estados Unidos no período de 2000 a 2001. Foi pastor da
Primeira Igreja Presbiteriana de Bragança Paulista no período de 1982 a 1984 e desde 1985 é o pastor titular da Primeira
Igreja Presbiteriana de Vitória - IPB. É
conferencista e escritor, com mais de 70 obras.