Série de Estudos 11/12 Mulheres Notáveis - Maria Madalena
MARIA MADALENA: LIBERTA
DAS TREVAS
Havendo ele ressuscitado
de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, da
qual expelira sete demônios.
Marcos 16.9
Maria Madalena é um dos
mais conhecidos e menos entendidos nomes da Escritura. Deliberadamente, a
Escritura coloca uma cortina de silêncio sobre grande parte de sua vida e
origem pessoal, mas ainda assim ela surge como uma das mulheres importantes do
Novo Testamento. Ela é mencionada por nome nos quatro Evangelhos, geralmente
ligada a crucificação de Jesus. Ela tem o destaque eterno de ter sido a
primeira pessoa a quem Cristo se revelou depois da sua ressurreição. As
tradições da igreja identificaram Maria Madalena como a mulher anônima
(conhecida apenas como pecadora) de Lucas 7.37-38, que ungiu os
pés de Jesus e os secou com seus cabelos. Lucas 8.1-3 apresentou
Maria Madalena por nome, num ambiente completamente diferente, só três
versículos após terminar sua narrativa sobre a unção dos pés de Jesus, não
parece provável que Maria Madalena fosse a mesma mulher que Lucas descreveu no
relato anterior. Lucas era um historiador cuidadoso demais para deixar passar
um detalhe importante como esse.
Maria Madalena também tem
sido tema de muita mitologia extra bíblica desde os tempos medievais. Durante o
início da Idade Média, algumas das heresias gnósticas [O gnosticismo designa um
conjunto de crenças de natureza filosófica e religiosa cujo princípio básico
assenta na ideia de que há em cada homem uma essência imortal que transcende o
próprio homem. Praticamente deturparam o caráter de Maria Madalena, ligando-a a
uma miríade de lendas fantasiosas. Livros apócrifos foram escritos sobre ela.
Ela se tornou uma espécie de ícone para as mulheres da ala
"espiritual" do movimento feminista, que gostam da ideia de Maria
Madalena como uma espécie de figura mística de deusa. Muitas das antigas
histórias gnósticas sobre ela são bem convenientes a esse propósito. O romance
que se transformou num best-seller - O código Da Vinci de Dan Brown, adaptou
algumas lendas já esquecidas sobre Maria Madalena e as teceu numa complicada
teoria da conspiração que inclui a sugestão blasfema de Jesus e Maria Madalena
tivessem se casado secretamente e tiveram filhos. O que a Escritura diz a seu
respeito é suficientemente extraordinário sem quaisquer enfeites falsos.
Maria Madalena teve um
passado tenebroso. Nada indica que a sua conduta fosse sórdida de qualquer modo
que justificasse a associação de seu nome e pecados de imoralidade. Na verdade,
Maria Madalena foi a mulher que Cristo libertou da prisão demoníaca, em Lucas 8.2.
Madalena não é um sobrenome no sentido moderno. Ela não era de uma família conhecida por esse nome; era do vilarejo de Magdala. Foi chamada de "Madalena" para distingui-la das outras mulheres de nome Maria no Novo Testamento. incluindo Maria de Betânia e Maria, mãe de Jesus. O pequeno vilarejo de pesca de Magdala (mencionado só mais uma vez, em Mateus 15.39) estava situado na margem do noroeste do Mar da Galileia, seis quilômetros ao norte da cidade romana de Tiberíades e oito quilômetros a oeste de Cafarnaum. Em diversos sintomas de possessão demoníaca no Novo Testamento. Os endemoniados eram, as vezes, dementes. Não pense (como muitos) que as descrições bíblicas de possessão demoníaca são apenas grosseiras acomodações às superstições humanas, como se os males caracterizados como possessão demoníaca na Bíblia fossem, na verdade, manifestações de epilepsia, demência ou outros problemas psicológicos e fisiológicos. A Escritura faz clara a distinção entre possessão demoníaca e doenças - Mateus 4.24. Em cada um dos casos a possessão demoníaca é retratada como uma doença e não um pecado per se. Nenhuma das pessoas do Novo Testamento que estavam endemoninhadas foi retratada especificamente como tendo comportamento imoral. Sempre são vistas como pessoas atormentadas. Eram pessoas sofridas, tristes, solitárias, de coração partido, desesperadas e criaturas dignas de dó. A maioria era considerada como pária pela sociedade instruída. A Escritura sempre os apresenta como vítimas de vidas totalmente arruinadas. Era assim Maria Madalena. Satanás a atormentava com sete demônios. Não havia nada que qualquer homem ou mulher pudesse fazer por ela.
Ela era prisioneira dessas
aflições, sem dúvida, incluíam depressão, ansiedade, infelicidade, solidão,
ódio de si mesma, vergonha, medo e uma infinidade de males semelhantes.
Qualquer que fosse a sua condição, surdez, insanidade o outras - pelo menos
sete tipo de agonia. Os endemoninhados na Escritura não tinham amigos, exceto
nos raros casos em que membros da família cuidavam deles com dedicação. viviam
sem alegria porque toda a vida a se tornara para eles trevas e sofrimento. E
não tinham esperança porque não havia remédio terreno para sua aflição
espiritual.
Sobre o passado de Maria
Madalena, a Escritura deliberadamente e por misericórdia, omite detalhes
macabros de sua terrível possessão demoníaca. Mas recebemos informações
suficientes para saber que certamente ela era uma alma triste, atormentada e
sem motivação. Ela pode ter sido tão demente que a maioria das pessoas a
considerasse uma lunática irrecuperável.
LIBERTAÇÃO -
Cristo a libertou de tudo isso. Mencionada por Lucas e Marcos e apenas com o
propósito o propósito de celebrar a bondade e a graça de Cristo para com ela.
Com o objetivo de magnificar o poder gracioso de Cristo, eles mencionam o fato
de que ela era prisioneira de demônios, sem dar detalhes sórdidos de seu
passado. Um fato intrigante: os possessos nunca procuravam a Cristo para serem
libertos. Geralmente, eles eram levados até ele Mateus 8.16; 9.32; 12.22. Às
vezes ele os chamava para si Lucas 13.12 ou ia até eles Mateus 8.28-29. Em
ocasiões em que os demônios já estavam presentes quando Jesus chegava, ás vezes
eles falavam com surpresa e raiva Marcos 1.23-24; Lucas 8.28.
Maria Madalena como e
quando foi liberta, não sabemos, mas Cristo a libertou e ela se tornou
realmente livre. Tendo sido liberta dos demônios e do pecado, ela se tornou uma
serva de justiça Romanos 6.18. Sua vida não foi apenas reformada: Foi
totalmente transformada.
É intrigante que a própria
Maria Madalena tenha sido possuída por sete demônios. Talvez
tenha tentado reformar a própria vida e aprendido como é inútil
tentar livrar-se sozinha do laço de Satanás. As boas obras e a religião não
expiam o pecado Isaías 64.6, e nenhum pecador tem o poder de transformar o
próprio coração Jeremias 13.23. Podemos fazer mudanças artificiais (varrer a
casa e coloca-la em ordem), mas isso não nos tira do domínio das trevas e nos
leva para o reino da luz. Só Deus pode fazer isso 2 Pedro 2.9. Somente
o mesmo Deus que ordenou que brilhasse a luz nas trevas tem o poder de
resplandecer "em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória
de Deus, na face de Cristo" 2 Coríntios 4.6.
DISCIPULADO –
Maria Madalena juntou-se ao círculo de discípulos íntimos que viajavam com
Jesus em suas longas jornadas. Lucas é o único evangelista que a menciona antes
da crucificação – Lucas 8.1-3.
Não havia nada de errado
na prática de Jesus permitir que mulheres fossem discípulas. Os inimigos de
Jesus estavam buscando motivos para acusá-lo. Se tivesse havido qualquer
possibilidade de eles colocarem dúvidas sobre a relação de Jesus com as mulheres,
eles o teriam feito. Nenhuma acusação foi feita a ele com base no modo como
tratava as mulheres do seu grupo. Essas mulheres piedosas que devotaram toda a
vida às coisas espirituais. Evidentemente elas não tinham responsabilidades
familiares que exigissem que ficassem em casa. Cristo estimulava homens e
mulheres igualmente a tomar o seu jugo e aprender dELe. Essa é a outra
evidência de como as mulheres são honradas na Escritura. Lucas disse que Maria
Madalena e as outras mulheres estavam entre as muitas que “lhe prestavam
assistência com os seus bens” – Lucas 8.3. Talvez Maria tivesse bens herdados
que usou para o sustento financeiro de Jesus e seus discípulos. O fato dela
poder viajar com Jesus e seu círculo íntimo de discípulos demonstra que não era
casada, estava livre de obrigação a parentes e familiares próximos. Pode ser
que fosse viúva. O fato de seu nome aparecer no tpo da lista de mulheres parece
indicar que ela tinha lugar especial de respeito entre elas. Maria Madalena
permaneceu discípula fiel mesmo quando os outros abandonaram Jesus.
FATALIDADE –
Maria Madalena estava presente na crucificação. Mateus 27.55 e Marcos 15.40,
quando descrevem o final do sofrimento, disseram que as mulheres “observavam de
longe”. Enquanto a crucificação acontecia, multidões de pessoas iam a frente
para zombar, empurrando as mulheres para trás. Provavelmente, elas também se
retraíram instintivamente, à medida que o cenário se tornava cada vez mais
horrível. Era como se não suportassem mais olhar – mas também não suportassem a
ideia de ir embora. Elas ficaram até o amargo fim. Não havia mais nada a fazer
senão vigiar, orar e sofrer. Deve ter-lhes parecido o maior desastre, ver
aquele que amaram e em quem confiaram acima de todos ser arrancado de modo tão
violento do meio delas. Não deixaram a cena até o amargo fim. Mesmo então,
ficaram perto do corpo de Jesus, tal magnetismo de sua lealdade e de seu amor
por Cristo. Foi graças a Maria Madalena que os outros discípulos ficaram
sabendo para onde o corpo de Jesus havia sido levado após a sua morte. O amor
de Maria Madalena por Cristo era mais forte do que o de qualquer outra pessoa.
Cuidadosamente, ela tomou nota de onde e como ele tinha sido colocado no
túmulo. Depois de tudo o que ele tinha feito por ela, deve ter partido o seu
coração ver o seu corpo sem vida, macerado, ser tão rapidamente preparado e
colocado num frio túmulo. Ela estava decidida a lavar e preparar dignamente o
corpo. Assim, Lucas 23.55-56 relata que ela e a outra Maria começaram a
preparar suas próprias especiarias para o sepultamento antes do início do sábado.
Marcos 1.1 acrescenta que elas ainda compraram mais especiarias tão logo o
sábado estava oficialmente acabado. Logo de manhã cedo, elas planejaram dar-lhe
um sepultamento digno de alguém que era profundamente amado.
Maria Madalena permaneceu
junto à cruz mais tempo que qualquer outro discípulo. Ela foi a primeira a
chegar ao túmulo na madrugada do primeiro dia da semana. Sua dedicação nunca
havia sido tão clara quanto a sua resposta à morte de Jesus, e essa dedicação
estava prestes a ser recompensada de modo inimaginável e triunfante.
Marcos 1.5 e Lucas 24.3
dizem que as mulheres entraram no sepulcro e o encontraram vazio. A tendência
inicial de Maria foi supor que alguém tivesse roubado o corpo de Jesus. Ela
correu para fora e subiu o caminho pelo qual viera, provavelmente planejando
procurar ajuda. Encontrou Pedro e João, a caminho do lugar da sepultura. Ela
lhes disse que o túmulo estava vazio e eles correram para ver com os próprios
olhos. João faz questão de mencionar que correu mais que Pedro, mas parou na
entrada para olhar, e Pedro correu para dentro do túmulo. Lá Pedro encontrou a
mortalha e o lenço da cabeça, dobrados e colocados de lado. João entrou também
no túmulo. O fato de ter visto intactos os lençóis de linho, mas se o corpo,
foi o suficiente para que ele cresse. Ele e Pedro deixaram imediatamente o
lugar Lucas 24.12. Foi nessa altura que as outas mulheres entraram no túmulo
para ver com os próprios olhos Marcos 16.4.
Maria Madalena derrotada
com a nova tristeza de pensar que alguém tivesse levado embora o corpo, ficou
sozinha do lado de fora do túmulo. Ela se abaixou para o olhar para dentro, e
foi nesse momento que os dois anjos apareceram João 20.12. Mateus, Marcos e
Lucas contaram a história abreviadamente, deixando alguns detalhes de lado.
Cada relato dá aspectos diferentes da história, mas eles podem ser facilmente
harmonizados. É certo que todas as mulheres viram os anjos. Só um dos anjos
falou. Para as mulheres dentro do túmulo, ele disse “Ele não está aqui;
ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia” – Mateus 28.6, Marcos
16.6 e Lucas 24.6. Em seguida o anjo as instruiu “Ide pois, depressa e dizei
aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante vós para a
Galileia; Ali o vereis. É como vos digo”. Mateus 28.7.
Maria ficou do lado de
fora do túmulo, ainda desconsolada por causa do sumiço do corpo. Ela não viu as
vestimentas dobradas dentro do túmulo. Parece certo que ela não tinha ouvido a
notícia triunfante do anjo, nem entendeu porque Pedro e João estavam tao
felizes ao saírem do túmulo. O anjo veio e falou diretamente com ela: “Mulher
porque choras?”. Aos soluços Maria respondeu “Porque levaram o meu Senhor, e
não sei onde o puseram” João 20.13.
Foi aí que ela se virou e
viu Jesus. De início, com olhos cheios de lágrimas, nem o reconheceu. O rosto
dele estava diferente – Glorificado. Se Ele parecesse com a descrição feita por
João em Apocalipse 1.14, então “A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva
lã, como neve; os olhos, como chama de fogo”.
“RABÔNI”!
A tristeza de Maria se transformou em alegria indizível João 20.16 e ela deve
ter tentado abraçá-lo como se nunca mais o soltasse. Suas palavras “não me
detenhas” (v.17) testificam, de modo singular, o caráter extraordinário de
Maria Madalena. A maioria de nós é parecida demais com o apóstolo Tomé –
hesitante, pessimista. Jesus disse a Tomé que o tocasse para verificar a
identidade de Jesus (v.27). É triste que a maioria dos discípulos de Jesus,
especialmente nesta era pós-moderna, têm de se persuadidos a se aproximar mais
dele. Maria, pelo contrário, não queria deixá-lo ir.
Jesus
conferiu a ela uma honra especial sem paralelos quando permitiu que fosse ela a
primeira a vê-lo e a ouvi-lo após a sua ressurreição. Outros já tinham ouvido a
notícia da boca de um ajo e crido. Maria foi a primeira a ver o próprio Jesus –
Marcos 16.9.
Esse
foi o seu legado notável. Ninguém mais compartilha essa honra nem a tira dela.
Mas nós podemos, e devemos, procurar imitá-la em seu profundo amor por Cristo.
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Livro: Doze Mulheres Notáveis, John MacArthur 2a Edição.
(*) Imagem encontrada em site de busca, internet.
(**) O pastor John MacArthur é um dos líderes evangélicos mais preeminentes de nossos dias. Seus livros, pregações e ministério têm atingido milhões de pessoas em todo o mundo. MacArthur é presidente do ministério Grace to You e exerce seu ministério pastoral na Grace Community Church, na Califórnia.