Série de Estudos 5/12 - Mulheres Notáveis - Ana

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ANA: UM RETRATO DA GRAÇA FEMININA.

Então, orou Ana e disse: O meu coração se regozija no Senhor, a minha força está exaltada no Senhor; a minha boca se ri dos meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação. - 1 Samuel 2.1


O nome Ana significa “graça”. É uma designação apropriada para uma mulher cuja vida foi coroada de graça, tornando-se símbolo vivo da graça da maternidade. Um estudo sobre a sua vida, revela um perfil de uma mãe piedosa. Ana quase não acreditou que um dia se tornaria mãe. Sua experiência ecoa fortemente à de Sara. Ela também era estéril e atormentada quanto a isso. As duas receberão a benção do Senhor, ou seja, as respostas às suas orações  mostrando mais extraordinárias do que elas jamais poderiam ousar pedir ou pensar. O filho de Ana, Samuel, foi o último dos juízes. Ele foi também sacerdote - aquele que inaugurou formalmente a verdadeira linhagem real de Israel quando ungiu Davi como rei.
A vida de Ana refletiu muitas vezes  a da matriarca original Sara, acima de tudo, ela refletiu as surpreendentes fé e perseverança de Sara. De modo semelhante, Ana também prefigurou (representou) Maria, a mãe de Jesus. A oração de dedicação de Ana em 1 Samuel 2.1-10 foi o modelo para o Magnificat de Maria em Lucas 1.46-55. Ambas dedicaram formalmente o seu primogênito ao Senhor. Essa entrega a Deus custaria caro em termos de sofrimento emocional, no caso de Ana isso significou dor de separar-se do próprio filho. Samuel saiu de casa para começar o seu treinamento em tempo integral no tabernáculo quando era muito pequeno, numa época em que a maioria das crianças ainda desfruta do conforto dos braços de sua mãe.
Ana é especial entre as mulheres que estudamos até aqui porque não faz parte da linha genealógica do Messias. É a última mulher do Antigo Testamento,  como era grande a expectativa messiânica no Antigo Testamento - não só na vida dessas poucas mulheres, mas em toda a lei, nos salmos e nos profetas [Lucas 24.44]. Ele é o verdadeiro fundamento para todos os demais temas do Antigo Testamento. Ele era o foco e o tema de todas as sua esperanças para o futuro. Em outras palavras, Cristo sempre foi o verdadeiro objeto de toda fé salvadora, o Redentor prometido era o foco de todas as suas esperanças de salvação. A fé dos verdadeiros crentes sempre tem tido uma perspectiva cristocêntrica. Essa essência da fé pela qual elas se apropriavam da promessa de Deus.

Ana era uma mulher desconhecida que vivia num lugar remoto de Israel com o seu marido Elcana. Ana e Elcana tinham um lar no território ocupado pela tribo de Efraim. Elcana, mostrando que ele era levita por parte de Coate, os coatitas eram uma das três principais linhagens  da Tribo de Levi, eles tinham a responsabilidade  de cuidar dos objetos sagrados do tabernáculo, incluindo a arca da aliança [Nm 3.30-31].
A tribo de Levi foi a única tribo Israel que não recebeu território próprio porque a tribo sacerdotal e o próprio SEnhor era a sua herança [Nm 18.20]. Sendo assim, quando a terra de Israel foi dividida e distribuída entre as doze tribos, os levitas foram espalhados por toda a nação. Eles recebiam terrenos modestos de pasto e campo  para cultivar em cidades escolhidas por toda Israel.
Ana viajava fielmente com Elcana ao tabernáculo todos os anos para adorar e oferecer sacrifício. A Escritura os retrata como uma família consagrada; Contudo, tratava-se de um período triste na história de Israel. Naqueles dias secos e tenebrosos, Ana aparece como um raio de luz. Não somente era esposa e mãe piedosa e exemplar, mas numa geração espiritualmente indiferente, ela exemplificava a paciência, a oração, a fé, a mansidão, a submissão, a dedicação espiritual e o amor materno.
Apesar de seu caráter gracioso, a vida no lar de Ana era, muitas vezes conturbada e triste. Seu marido era bígamo [1 Sm 1.2] Penina, era chamada de “rival de Ana”, provocava, debochando do fato de que o Senhor não lhe dera filhos. Ana vivia angustiada por causa da sua infertilidade. Ana chorava amargamente e, havia momentos em que não conseguia sequer comer [1 Sm 1.7]. Essa era a sua ambição na vida. Essa não era uma aspiração egoísta. Ela entendia que ser mãe é o mais alto chamado de Deus para qualquer mulher. A Bíblia retrata o casamento como “graça de vida” [1 Pe 3.7] e a maternidade a mais alta vocação que qualquer mulher possa ter. A honra e a grandeza das mulheres da Bíblia quase sempre estavam associadas ao lar e a família. Ana entendia isso e desejava sinceramente exercer o nobre papel de mãe. O plano de Deus desde o princípio, que as mulheres instruam e eduquem filhos piedosos, para deixarem uma marca poderosa na sociedade por meio do lar [1Tm  5.10; Tt 2.35]. Que nobre lição tiramos daqui “As mulheres são responsáveis por criarem homens, bem como arquitetas da próxima geração”.
Israel necessitava desesperadamente de um grande líder e um grande homem. Ana se tornou a mulher que Deus usou para formar esse homem. Samuel provou ser o único homem capaz de preencher o vazio de liderança que havia. Seu caráter permaneceu com a nítida marca da influência de sua mãe, embora ela tenha saído de casa numa idade muito tenra.
Elcana amava Ana com sentimento sincero, e sabia que o seu amor era correspondido. Ele procurou confortá-la, lembrando do seu amor por ela [1Sm 1.8-9]. O amor de Ana pelo seu marido é chave para compreendermos a sua profunda influência como mãe.
A característica mais importante de uma mãe piedosa não é a sua relação com os filhos. É o seu amor para com o seu marido. O amor entre um homem e a sua esposa é a chave para uma família sadia. Um lar saudável não se constrói exclusivamente pelo amor dos pais aos filhos. A família bem situada tem como centro o casamento; As famílias não devem girar em torno dos filhos. Além do mais o que for comunicado aos filhos por meio da relação conjugal ficará com eles para o resto de suas vidas. Ensine o certo e o errado para os seus filhos, pois será plantado no fundo do coração deles.
A centralidade do casamento era evidente entre Elcana e Ana. Eles adoravam juntos a Deus e isso com certa regularidade. A adoração parece ter sido um aspecto central da vida deles. Era o que mantinha o amor forte em face a tanta adversidade.

É óbvio que ana possuía profundo amor a Deus. Era uma mulher consagrada cujos afetos estavam nas coisas celestes. Seu desejo de ter um filho não era apenas um anseio por autogratificação. Era o autossacrifício - entrega de si mesma aquela pequena vida a fim de devolvê-la ao Senhor. Apesar da amarga agonia sofrida nas acusações de Penina, a frustração levou Ana cada vez mais perto para o Senhor e não para longe dEle.
Ana persistia em oração. O valor da oração persistente e apaixonada é uma das lições centrais da vida de Ana. Veja a oração descrita em 1 Sm 1.10-11.
No voto de Ana havia duas partes. Uma era a promessa de entregar o filho ao Senhor. A segunda parte da promessa de Ana era um voto de não cortar o cabeça dele. Esses são sinais visíveis da consagração a Deus. Ana queria que seu filho fosse um homem piedoso, que servisse ao Senhor e o glorificasse por toda a vida e não temporariamente. A intensidade da oração de Ana a tornou visível no tabernáculo, especialmente naquele tempo de apostasia.
Quando Deus respondeu a oração de Ana, dando-lhe um filho que ela havia pedido, seu coração grato respondeu com um puro rio de louvor. Suas palavras, em 1 Sm 2.1-10, são um obra prima.
Quando Elcana coabitou com Ana, passou o tempo e ela teve um filho. Ela lhe de o nome de Samuel “nome de Deus”, para alguns comentaristas o significado não está totalmente claro. Em hebraico significa “Deus ouvirá”. Samuel era a resposta viva de oração.
Ana se dedicou apenas a cuidar de Samuel; As mães daquela cultura amamentavam seus filhos por cerca de três anos. Ela cuidaria dele nos anos mais importantes para a sua formação, quando ele aprenderia a andar e falar. Tão logo ele fosse desmamado, ela cumpriria o seu voto [1 Sm 1.22] “Quando for o menino desmamado, leva-lo-ei para ser apresentado perante o Senhor e para lá ficar para sempre”.  Enquanto isso, ela seria um ponto firme na vida de Samuel, ela lhe ensinou as primeiras lições sobre YHWH. Fez do lar um ambiente em que ele podia aprender e crescer em segurança.

A Escritura diz que o Senhor abençoou Ana com mais cinco filhos - três meninos e duas meninas. Seu lar e sua família se enriqueceram e ficaram cheios. Ela foi abençoada por Deus, tendo-lhe sido permitido atingir todos os sonhos que sonhara realizar. Seu amor pelo céu, pelo marido e pelo lar ainda são verdadeira prioridades para toda esposa e mãe piedosa. sua vida notável é exemplo para as mulheres de hoje que querem o que o seu lar seja um lugar onde Deus é honrado, mesmo em meio a uma cultura tenebrosa e cheia de pecado; Ana nos mostrou que o Senhor pode fazer por meio de uma mulher que é totalmente sem reservas, dedicada a Ele.

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Livro: Doze Mulheres Notáveis, John MacArthur 2a Edição.
(*) Imagem encontrada em site de busca, internet.
(**) O pastor John MacArthur é um dos líderes evangélicos mais preeminentes de nossos dias. Seus livros, pregações e ministério têm atingido milhões de pessoas em todo o mundo. MacArthur é presidente do ministério Grace to You e exerce seu ministério pastoral na Grace Community Church, na Califórnia.